terça-feira, 10 de novembro de 2015

Seção Lugares inusitados de São Caetano do Sul

A Capela dos Cavana
Por: Priscila Gorzoni 


Acervo/Fundação Pró- Memória de São Caetano do Sul

    

            A Capela dos Cavana fica na Rua Luiz Cavana sem número. Essa pequena capela branca, escondida em uma das travessas da Rua Roberto Simonsen, foi construída em homenagem a Santo Antônio, por Ângelo Cavana e preservada pelas novas gerações da família.

            Várias missas foram celebradas nessa Capela a partir de junho de 1893. A história da família Cavana em São Caetano é bem antiga e, como todos os moradores da cidade, conservavam a tradição religiosa dos seus antepassados, imigrantes italianos.

            Nos primeiros tempos de São Caetano, existia apenas a Igreja Matriz Velha, construída em 1883, no Bairro da Fundação. Mas os imigrantes italianos eram muito religiosos e tinham o costume de construir capelas nos terrenos de suas casas. Assim a família Cavana, que tinha um grande terreno no Bairro Centro, sob o comando de Dona Joana Cavana, matriarca da família, decidiu erguer a Capela dos Cavana na década de 1880.

            Naquela época, as casas eram bem diferentes das atuais, eram chamadas de cortiços e reuniam até 15 famílias em um mesmo terreno.           O cortiço dos Cavana era uma referência e tinha a forma arredondada. Havia, como nos demais, uma solidariedade entre as famílias. No pátio eram realizadas as festas juninas e outras.

Na época, a Capela era grande e bem espaçosa, era ali que Adolphina Geccato e a jovem Santa Cavana, neta de Joana, ministravam aulas de catecismo, preparando meninas e meninos para a primeira comunhão (primeira Eucarístia). Nos dias 13 de junho, dia de Santo Antônio, um padre deslocava-se da Matriz Velha para rezar uma missa na Capela, que era assistida por centenas e centenas de fiéis.

 Se ainda existisse, exatamente como era, a Capela ficaria a 100 metros de onde era o Cine Vitória, na Rua Baraldi. Ela foi demolida e deu lugar a uma Capela menor, atualmente na Rua. Luís Cavana.

            A denominação de Vila Santo Antônio, que posteriormente se generalizou em direção a outras colônias, nasceu da Capela que os Cavana construíram e é oficializada quando da abertura do loteamento nas terras dos Cavana. Mas a expressão Vila Santo Antônio só se consagrou no final dos anos 1930. 



Nesse link do meu canal no you tube chamado Diários de uma repórter eu entro na capela dos Cavana e mostro um pouco da capela por dentro e por fora.
 https://www.youtube.com/edit?o=U&video_id=c0aY5n7gCbE

Fonte: O livro das curiosidades de São Caetano do Sul, Priscila Gorzoni

(ESSE TEXTO NÃO PODE SER COPIADO SEM OS DEVIDOS CRÉDITOS DE AUTORIA, CONFORME A LEGISLAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS LEI 9610, de 19 de fevereiro de 1998, "Dos Direitos Morais do Autor", Artigo 24, Inciso II. POR FAVOR, NÃO COPIEM, COMPARTILHEM O LINK. OBRIGADA)


*É jornalista, pesquisadora, historiadora. Formada em jornalismo pela Universidade Metodista, com formação em ciências sociais pela USP e Direito pelo Mackenzie, tem especialização em Fundamentos e Artes pelo Instituto de Artes da UNESP de São Paulo e Mestre em história pela PUC de São Paulo. É autora do livro Abre as portas para os Santos Reis da Editora Fundação Pró-Memória, Animais nas Batalhas pela editora Matrix e Os benzedores que benzem com as mãos da editora UCG.

Para ver mais posts sobre São Caetano do Sul: http://promemoriasaocaetano.blogspot.com.br/





[i] Termo definido por Pierre Nora no texto Entre memória e história: a problemática dos lugares.
[ii] Termo citado por Maurice Halbwachs em A Memória Coletiva.

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