Por: Priscila Gorzoni
Como eu já escrevi algumas vezes aqui sou cética, mas sou medrosa.
Mas o caso que conto agora aconteceu comigo e o considero assombrado.
No mínimo estranho.
Não é novidade que existem várias lendas e crenças sobre sobrados. E sinceramente sempre me diverti com essas lendas, nunca acreditei nelas, embora adorasse saber.
Não perco aquela série Assombrações do Discovery. Adoro. E sempre tem um sobrado envolvido nas histórias.
Mas sou cética, acho que todos aqueles fenômenos tem explicações físicas.
Durante um tempo morei em uma casa muito antiga com a minha irmã.
Minha irmã consegue ser ainda mais medrosa do que eu. Minha irmã é pisciana e como todo pisciano é mistica e assustada.
E sabíamos que na casa haviam morado duas senhoras e que tinham morrido lá também.
A casa estava em ótimo estado e durante um ano a reformamos.
Desta forma ela ficou bem diferente do que era.
Mas era com certeza uma casa da década de 1970, porque quando eu era pequena me lembro dela.
Algumas vezes passei na rua e vi a casa, mas nunca imaginei que um dia moraria nela.
Dessas coisas do destino, da vida.
De qualquer forma sempre me senti muito bem na casa, a energia é boa.
No inicio me sentia mais desconfortável porque ficava pensando nas duas velhinhas que tinham morado lá.
Conversando com os vizinhos descobri que as duas amavam a casa e que haviam inclusive plantado uma árvore bem na frente dela. Árvore que cresceu, colocamos adubo e cuido dela como se fosse minha.
Me disseram que as duas senhoras eram muito religiosas, muito católicas e de fato percebi isso quando me deparei com um crucifixo bem antigo atrás da porta de entrada da casa. Assim que me mudei tirei da casa tudo o que pertencia às velhinhas.
Mas a minha irmã sempre foi muito medrosa, mil vezes mais medrosa do que eu.
E um dia a noite ela me chamou.
Me disse que sentia um cheiro de vela. Eu andei pelo corredor e não senti nada, mas ela insistiu.
Fiquei com medo e naquela noite não dormi.
No dia seguinte ela me disse que sentia um cheio de vela no corredor novamente e que as portas batiam quando ela estava lá sozinha.
Claro, que batiam, existia uma forte corrente de ar na casa.
Mas uma vez fiquei lá sozinha e ouvi alguém me chamar, um chamado bem baixo, mas ouvi. Fiquei com medo, muito medo.
Não era exatamente um chamado pelo meu nome, mas um som de chamado.
Também não dormi.
Foi então que fiz contato com um amigo meu de Minas que benzia a distância.
Pedi para ele me dizer o que tinha na casa e se ele podia benzê-la para mim.
Ele me tranquilizou, disse que não tinha nada na casa e que o fato dela ter sido reformada tirou toda a energia das antigas donas. Fiquei sossegada.
Ele benzeu a casa e nunca mais sentimos nada.
Fonte: Relatos assombrados de São Caetano do Sul, Priscila Gorzoni
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